In Love com o Desapego: Ter Menos e Conquistar Mais

Publicado em 22/10/2018

O termo “minimalismo” pode ser empregado em diferentes áreas, seja no design, na moda, na decoração ou na arquitetura. Comumente essa palavra está a atrelada a um objeto, algo que se pode adquirir, ver ou tocar. É um senso estético, uma corrente artística e volta e meia está na moda, girando em torno das tendências.

De uns anos pra cá, porém, essa palavra tem sido utilizada também como filosofia de vida. Seus adeptos, chamados de Minimalistas, estão espalhados pelo mundo todo e esse movimento vem ganhando mais força, embora seja indiscutível que o nível de consumo seja cada vez mais elevado na sociedade.

Mas é justamente nesse momento que o minimalismo surge como um contraponto à sociedade de consumo. O que não quer dizer que seus adeptos sejam contra o consumo total em si, mas sim, contra a compulsividade de consumo.

O QUE NÓS PODEMOS APRENDER COM O MINIMALISMO?

Todo mundo, em algum momento, se pegou com absoluta falta de vontade de se desfazer daquelas coisas que estão ocupando nosso espaço ou, não conseguindo se desapegar de uma volumosa pilha de coisas que não são mais úteis faz séculos.

Essa é uma das primeiras percepções que podemos ter a partir do olhar “minimal” sobre a vida: são tantas coisas, que você não tem tempo para se dedicar a elas.

Um dos ensinamentos centrais dessa cultura é: ame as pessoas e não as coisas, o contrário sempre dá errado. E faz muito sentido se pensarmos quanto tempo passamos organizando nossas casas e apartamentos e o quanto realmente aproveitamos nosso tempo livre, sem se preocupar com a bagunça.

Isso não quer dizer que você precisa se desfazer de tudo o que tem imediatamente. Talvez precise parar de adquirir novas coisas. Rever o uso das que você já tem. E isso pode também se estender pra outros fatores na sua vida, pois o minimalismo não é somente sobre objetos, mas sobre as nossas atitudes. É sobre ter menos compromissos marcados toda semana, menos tarefas que não precisamos nos atrelar, menos mania de estarmos o tempo todo ocupados.

O mais fantástico desse movimento é como ele pode se adaptar pra vida em particular de cada um. Por exemplo, agora mesmo, o que você está precisando diminuir na sua vida? Perceba que não precisa ser necessariamente coisas em si.

O minimalismo é um novo ponto de partida para observarmos o mundo. Sim, observar mais do que falar. Agir de maneira consciente e não exacerbada. Escolher pacientemente o que você quer, pode e deve fazer. É uma forma de autoconhecimento, de partir do zero.

UMA DICA DE FILME:

Por se tratar de um tema tão recente, alguns aspectos podem ser demasiado subjetivos, mas a Netflix lançou em 2016 o documentário Minimalismo: Um Documentário Sobre as Coisas Importantes. Nele, você vai poder tirar suas próprias conclusões sobre como esse estilo de vida pode impactar de forma positiva as nossas vidas num futuro mais voltado para o ser, e não o parecer. No filme, os minimalistas Ryan Nicodemus e Joshua Fields rodam alguns estados dos EUA para palestrar e descobrir outras formas de minimalismo aderidas por diferentes pessoas, sob o ponto de vista de diferentes culturas, modelos de famílias, etc.


Foto: Ryan Nicodemus e Joshua Fields

Você vai encontrar histórias de pessoas que apenas reduziram a quantidade de compromissos, outras que se mudaram para casas muito pequenas e utilitárias, alguns em casas absolutamente vazias e até quem tenha somente duas mochilas contendo tudo que é necessário para viver.

UMA ÚLTIMA PALAVRINHA:

A ideia de que precisamos rever alguns conceitos é constante na vida de todos e, geralmente, tem muito a ver com reduzir certos hábitos, a buscar mais equilíbrio entre ser e estar, pessoas e coisas, compromissos e lazer, ir ou não, começar ou não, parar e recomeçar. Tudo isso dialoga muito com a ideia de minimizar algo para dar mais espaço para você mesmo. Porque você é o centro das suas escolhas, e não as coisas que você escolhe.